segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Carne e unha

Muitos dizem que ficaríamos lindos como um casal. Outros já saem perguntando se estamos juntos. Poxa, é claro que estamos juntos. Somos amigos e amigos estão sempre juntos. Eu sei, eu sei... Não é esse tipo de "juntos" a que as pessoas se referem. Mas o que você vai responder para alguém que pergunta isso?
Ele é o meu melhor amigo, que tanto se preocupa comigo, que eu amo, que me ama, que me apoia e que eu apoio. Ele não tem vergonha de falar se estou bonita ou feia. Ele ajeita meu cabelo quando está bagunçado. Ele gosta de mim como eu sou, como eu sempre fui e como sempre vou ser. É. Ele não vai me abandonar nunca, e eu não o abandonarei. Ele não tem vergonha de falar que estou errada quando estou. Ele não tem vergonha de olhar pra mim e dizer que me ama. Ele me abraça, me conforta, e quando estou com ele eu me sinto incrivelmente protegida da maldade do mundo.
Eu preciso dele quando estou feliz, preciso dele quando estou triste. Odeio quando a gente briga. Odeio! Não consigo viver longe dele. Mas ele é um mané. Um idiota. As vezes tenho vontade de bater nele. Mas não bato... Simplesmente porque olho nos olhos dele e vejo alguém especial, alguém além do mané-idiota de sempre.
Talvez, se eu sumisse, fosse ele a única pessoa a me procurar. O único a correr atrás de mim. Por que ele gosta de me ouvir reclamar da vida, das pessoas, dos amores, das amigas, dos amigos, e até dele mesmo. Ele gosta de me ouvir cantar, declamar poemas, gosta de me ver desenhar uma casinha na montanha. Ele gosta de me ouvir dizer o quanto eu o amo... E eu gosto de ouvi-lo. Gosto mesmo. Por que a voz dele me acalma. Quando ele reclama das amigas dele, quando ele reclama dos amigos, da vida, da escola... E gosto de ver ele desenhar meu rosto em um papel, assim como ele fez inúmeras vezes desde que nos conhecemos. Gosto de ver, nas paredes do quarto dele, milhares de posteres das suas bandas preferidas, que são as minha também.
Simplesmente amo quando ele coloca aquela música tocar no seu iPod e fica dançando na minha frente só pra me fazer rir. Então ele pede para mim adivinhar que música é. Oras, como se eu não soubesse. E amo quando ele me chama de amor e me da um abraço. Porque isso faz eu me sentir especial. Quando eu choro, e ele seca minhas lágrimas com o seu polegar, olha pra mim e fala que nada é como a gente imagina, mas que podemos nos adaptar a tudo.
Ele sabe usar as palavras certas nos momentos certos. E na hora da festa, é o melhor para as risadas, além de dançar muito bem. Ele é quem mais se diverte e quem mais me anima. E nunca vou me esquecer das loucuras que ele já fez pra me ver melhor.
E nós dois podemos ter certeza de que o que um quer do outro e ver o outro feliz. E não deixaremos um ao outro na mão, nem de mal com a vida, nem tristes. Nunca vamos nos abandonar e nuca vamos nos deixar.
Mas é inevitável corar quando ele me olha por cima e da um sorriso malicioso. Inevitável corar quando ele pega minhas mãos, olha bem no fundo dos meus olhos, parecendo ler minha mente, e diz que me ama. Inevitável não me derreter quando ele me envolve com seus braços para me sentir mais segura e inevitável esconder minha timidez quando ele mexe no meu cabelo, dizendo que estou linda. Inevitável...
Aí me perguntam se estamos "juntos". Não.
É, não.

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