terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A carta

Comprei flores. Eram rosas brancas, as suas favoritas. Apanhei uma folha em branco e escrevi tudo o que eu sentia por você naquele momento (que se intensifica mais e mais a cada momento). "Estamos separados por uma linha, tão fina que parece que partirá a qualquer momento, mas ao mesmo tempo tão resistente e duradoura que aparenta nunca acabar, parece que nunca irá se romper. Se tudo o que eu quero agora é ter você perto de mim, poder te abraçar, te tocar, beijar seus lábios... Ah, seus lábios, pareciam até formar um coração quando você sorria. Queria poder olhar seus olhos, pela última vez, seus olhos castanhos, que brilhavam à luz do Sol e se derretiam aos meus beijos. Aqueles olhos que me olhavam e sorriam por si mesmo, e falavam por si mesmo, sem precisar, se quer, mexer a boca. Sabe do mais eu sinto falta? Do seu abraço e do seu conselho. Mesmo juntos, nunca deixamos de ser amigos, nunca! E sempre que eu olho para o céu, observo as estrelas. Aquela brilhante, aquela que olhávamos todas as noites antes de cada um seguir para sua casa, tenho certeza de que você se lembra dela. Me de um sinal? Um sinal de que ainda olha por mim e que ainda me ama. De que mesmo tão longe ainda continuamos juntos. Minha querida, eu amo você e nunca vou deixar de amá-la. Um dia ainda nos encontraremos, em algum lugar. Enquanto isso não acontece, vivo das lembranças de um amor incondicional que vivemos juntos, em vida, e que carregarei comigo para além desta vida. Esta vida que tirou você de mim." Eu adoraria poder ir até o correio, enviar a carta e as flores à ela. Mas não fiz isso. Percorri as ruas até o final da cidade. Cheguei ao meu destino, me debrucei chorando sobre seu túmulo, coloquei as flores em um pequeno vazo de flores. E mesmo que você, talvez, não pudesse ouvir, li a carta em voz alta. Mesmo que você não me visse lá, eu chorei por você, e chorei por não poder mais vê-la em vida.
Apenas em meus sonhos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Festa do chá

A vida não parece uma festa do chá?
Você arruma a mesa o melhor que pode e deixa as cadeiras organizadas. Coloca todas as cadeiras necessárias, o número de cadeiras dos convidados que você convida. Apesar de nem todos confirmarem presença, você fica na esperança de que todos vão aparecer.
Depois que tudo está pronto, você abre as portas e então os convidados começam a chegar. Muita gente que você convidou vem. Geralmente os mais especiais. Mas então você percebe que não convidou algumas das pessoas presentes. Aos poucos, você se acostuma com essas pessoas tomando seu chá especial e começa a conversar com elas. Até que esses "penetras" se tornam tão especiais quanto os outros. Enquanto você está decepcionada por alguns não irem, você está feliz por ter penetras tão legais.
E mesmo que tudo esteja indo perfeitamente bem, você fica com um medo que algo ou alguém estrague toda a festa. E se alguém começar uma briga? Se alguém envenenar o chá? Melhor nem pensar nisso e continuar comendo o bolinho de milho.
Você já reparou como isso pode ser uma metáfora da vida real? É, pode sim...