terça-feira, 9 de novembro de 2010

Talvez seja assim?


Parece ser difícil, escuro, doloroso. Tem quem diga que é o fim de tudo, mas tudo isso não é verdade. Acho que foi uma das melhores sensações que tive. Deixe-me contar como foi:

Eu estava deitada na cama do hospital. Estava passando mal, quase perdendo o ar. De repente, senti meu coração parar, minha respiração cessando vagarosamente. Me senti sufocada no início, mas depois isso passou. Dei uma ou duas tossidas, mas não adiantou em nada. Eu estava tomada pelo maior medo do ser humano, mas percebi que não há por que ter medo.

Eu vi uma luz. Uma luz bem brilhante que ofuscava minha visão. Do meio dessa luz saiu uma espécie de humanóide. Esse ser tinha asas. Era feio, mas tão dócil, não havia o que temer. Ele estendeu sua mão direita para mim e eu estiquei minha mão esquerda. Quando o toquei, me senti leve. Livre. Solta.

Agora, sentada em uma nuvem com um vestido branco, olho para todos os que eu amo. Eles estavam tristes no início, por causa da minha partida, mas agora consegui fazê-los sorrir. Não gosto de vê-los tristes.

Posso voltar no tempo. Consigo ver todas as coisas que aconteceram na minha vida. Gosto de reviver os bons momentos para relembrar como a vida era boa. Mas gosto de reviver os momentos ruins, para lembrar como a vida foi estranha. A vida é desperdiçada, por quem a vive, de muitas maneiras.

Pena que eu só descobri isso agora. Então não deixe desperdiçar a vida. A morte não o fim, mas a vida é o início. Começe com o pé direito!